ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 12.07.1988.
Aos doze dias do mês de julho do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Sexta Sessão Ordinária da Décima Segunda Sessão Legislativa Extraordinária da Nona Legislatura. Às quartoze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Rafael Santos, Paulo Satte, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker, Wilton Araújo e Marcinho Medeiros. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Quinta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Adão Eliseu, 01 Projeto de Resolução nº 29/88 (proc. nº 1373/88), que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Maurecy Souza dos Santos; pelo Ver. Brochado da Rocha, 03 Projetos de Resolução nºs 26/88 (proc. 1325/88), que concede o título honorífico de Cidadã Emérita a Srª. Iára de Almeida Bendati; 31/88 (proc. nº 1390/88), que concede o título de Cidadão Emérito ao Sr. Carlos Cunha Contursi; 28/88 (proc. nº 1363/88), que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Amaury Scares Silveira; pelo Ver. Hermes Dutra, 03 Projetos de Lei do Legislativo nºs 104/88 (proc. nº 1368/88), que denomina Rua Odilon Funk Tubino um logradouro público; 105/88 (proc. nº 1369/88), que denomina Rua Milton Clarel de Azevedo um logradouro público; 106/88 (proc. nº 1370/88), que denomina Rua Gilson Scares Cardias um logradouro público; pelo Ver. Ignácio Neis, 03 Pedidos de Providências, solicitando substituição de lâmpadas nas Ruas Landell de Moura, em frente ao nº 2280, na Trav. Escobar, 219, na Rua Dr. Mário Totta, em frente aos nºs 1770 e 1800; pelo Ver. Rafael Santos, 01 Projeto de Resolução nº 25/88 (proc. nº 1315/88), que concede o prêmio de Teatro Qorpo Santo à atriz Carmem Silva, Maria Amália Feijó; pelo Ver. Raul Casa, 01 Projeto de Resolução nº 27/88 (proc. nº 1347/88), que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético aos atletas profissionais do Grêmio Foot Ball Porto Alegrense, pela conquista do Tetracampeonato de Futebol do Rio Grande do Sul; pelo Ver. Valdir Fraga, 05 Pedidos de Providências, solicitando troca de luminária da Travessa Nova Trento, esquina Av. Otto Niemayer; troca de lâmpadas na Rua do Herval, Embratel, na Rua Vieira da Cunha, na altura do nº 26, na Vila Nova Brasília, na Av. Vicente Monteggia (trecho entre a Estrada Aracajú e Estrada Amapá) no Bairro Vila Nova, revisão urgente e troca de lâmpadas em todas as ruas da Vila dos Bancários. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 386/88, do Sr. Prefeito Municipal; 39/88, da Associação Brasileira de Agências de Viagem do Rio Grande do Sul; 104/88, do Clube de Comércio de Porto Alegre; s/nº, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 07/88; Ofícios-Circulares nºs 05/88, da Câmara Municipal de Barra Mansa; s/nº, da Coordenação do I Núcleo de Base do PDT. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Raul Casa comentou visita feita ao seu gabinete pelos técnicos-científicos do DMAE, a fim de solicitar apoio aos Vereadores e prestar esclarecimentos sobre o posicionamento daquela classe, favorável a uma paralisação caso prossiga a atual política de arrocho salarial imposta pelo Executivo Municipal. Solicitou ao Executivo Municipal que se sensibilize com as reivindicações daquela categoria e de todo o funcionalismo municipal, que vem sofrendo a maior defasagem dos últimos tempos, salientando que em caso de paralisação dessa categoria, toda a comunidade será prejudicada. O Ver. Clóvis Brum teceu comentários sobre o atual salário do funcionalismo municipal, dizendo que o mesmo não consegue acompanhar a inflação vigente no País. Estranhou que o Sr. Prefeito Municipal ainda não tenha enviado à Casa o projeto de aumento do funcionalismo, declarando não estar inclinado a votar os projetos constantes da presente convocação extraordinária enquanto esse projeto não chegar à Casa. E o Ver. Brochado da Rocha falou da tentativa de intervenção do Governo do Estado na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, questionando os objetivos da mesma e dizendo que se esta intervenção se der pela inadimplência do Executivo Municipal junto aos seus credores, deveria ocorrer também uma intervenção no Estado, pois segundo o divulgado pela imprensa, o Estado também encontra-se muito endividado. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 06/88, por vinte e sete votos SIM, e rejeitada a Emenda a ele aposta, por quinze votos SIM contra treze votos NÃO, tendo sido, Projeto e Emenda, discutidos pelos Vereadores Clóvis Brum, Nereu D’Ávila, Aranha Filho, Flávio Coulon, Brochado da Rocha e Marcinho Medeiros e encaminhados à votação pelo Ver. Cleom Guatimozim. Após, o Ver. Antonio Hohlfeldt comunicou que solicitará renovação da votação da Emenda aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 06/88. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: pelo Ver. Aranha Filho, de Voto de Congratulações com Carlos Cesar Albuquerque, pela reeleição à Presidência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; de Votos de Pesar pelos falecimentos de José de Araújo Fabrício; de Joster Braga Pinheiro; do Ver. Artur Zanella, de Votos de Congratulações com Washinton Gutierrez, por ter recebido o título de Reitor Emérito do IPA; com o Cel. PM Paulo Eloir Bortoluzzi, por ter assumido o Comando do Policiamento da Capital; com o Glória Tênis Club, pela conquista do título da Chave B do Campeonato Citadino de Futebol de Salão; com o Diário do Sul, pela edição que marca os 500 números do jornal; com Álvaro Alves Sobrinho e Sérgio Kaminski, por tomarem posse na Presidência e Vice-Presidência do Rotary Club Passo D’Areia; com o Contador Jorge Aveline, por ter sido empossado o novo Presidente do Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON); com Edgar Pozzer, pela passagem do aniversário do Bar Girasole; com o Fotógrafo Carlos Contursi, pela passagem de seus cinqüenta anos de atividade; com o Partenon Tênis Club; com o Sindicato dos Radialistas; com a Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção, pelas passagem de seus aniversários; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Marco Aurélio Kraemer; de Gilberto Ughini; Dora Socias Schenkel; Octávio da Silva Flores; de Adelino Machado; do Ver. Caio Lustosa, de Voto de Pesar pelo falecimento de Jairo Brum; do Ver. Hermes Dutra, solicitando que seja realizada, dia vinte e cinco de agosto, às dezessete horas, uma Sessão Solene dedicada a homenagear o Colégio Santo Antônio em razão dos seus setenta e cinco anos de dedicação ao ensino; de Votos de Congratulações com Élido Gomes Martins, por assumir o cargo de Secretário do distrito L-8; com Lenine Balbueno, por assumir a Tesouraria do distrito L-8; com Sérgio Zani dos Santos, por assumir o cargo de Vice-Governador da Região L-8C; com Cláudio Luiz Poisl, por assumir o cargo de Presidente da Divisão L-8 C-1; com Octávio José Langhi, por assumir a Presidência da Divisão L-8 C-2; com Jorge Luiz Sant’Anna Horlacher, por assumir a Presidência da Divisão L-8 D-2; com Silvério Rothfeld, por assumir a Governadoria do Distrito L-8; com Ubirajara Pereira, por assumir a Vice-Governadoria da Região L-8 A; com Alberto Fernando Martins, por assumir a Presidência da Divisão L-8 A-1; com Telmo Tassinari, por assumir a Presidência da Divisão L-8 A-2; com Marcial Atílio Conte, por assumir o cargo de Vice-Governador da Região L-8 B; com Flávio Cosmo Laitano, por assumir a Presidência da Divisão L-8 B-2; com José Fernando Mariani; com Dario José Lucas; com Luiz Fernando Muniz; por assumirem, respectivamente, a Presidência, a Secretaria e a Tesouraria do Lions Clube de Porto Alegre – Alto da Bronze; com o Lions Clube de Porto Alegre – Passo D’Areia, por assumir a Presidência o CL Olli Almeida, a Secretaria, o CL Adão Araújo, a Tesouraria, o CL Ary Rego; com o Lions Clube Porto Alegre – Redenção, por assumir a Presidência o CL Nelson Pereira Baptista, a Secretaria, o CL Orestes Alves Gonçalves, a Tesouraria, o CL Oscar Feijó; com o Lions Clube Glória – Teresópolis, por assumir a Presidência o CL Hélio Pirillo, a Tesouraria, o CL Gélio Otto Barreiro, a Secretaria, o CL Octacílio da Silva; com o Lions Clube Porto Alegre – Santa Flora, por assumir a Presidência o CL Antônio Malmann, a Secretaria, o CL Leônidas Reis, a Tesouraria, o CL Wilson Varani; com o Lions Clube Porto Alegre – Farrapos, por assumir a Presidência o CL Carlos Lima, a Secretaria, o CL José Luiz Fonseca da Silva, a Tesouraria, o CL Sérgio Luiz Ribeiro; com o Lions Clube Porto Alegre – Menino Deus, por assumir a Presidência o CL José Frainer, a Secretaria, o CL Cerny Caetano, a Tesouraria, o CL Paulo de Medeiros; com o Lions Clube Porto Alegre – Floresta, por assumir a Presidência o CL Apolinário Krebes Cardoso, a Secretaria, o CL Mário Schütz; a Tesouraria, o CL Lito Huyer; com o Lions Clube Porto Alegre – Centro, por assumir a Presidência o CL Sérgio Cichocki, a Secretaria, o CL José Roberto Penha, a Tesouraria, o CL Jaime Devicenzi; com o Lions Clube Porto Alegre – Bento Gonçalves, por assumir a Presidência o CL Francisco Antônio Morno, a Secretaria, o CL Pércio da Luz Fernandes, a Tesouraria, o CL Francisco Bento D’Almeida; com o Lions Clube Porto Alegre – Barão do Cahy, por assumir a Presidência o CL Genésio de Souza Vitoretti, a Secretaria, o CL Hélvio Airton Fraga Oliveira, a Tesouraria, o CL Orlando Dresch; com o Lions Clube Porto Alegre – Rio Branco, por assumir a Presidência o CL Lídio Nunes, a Secretaria, o CL Luciano Castilho e a Tesouraria, o CL Félix Zanchet; com o Lions Clube Porto Alegre – Balneários, por assumir a Presidência o CL Marçal Antônio Figueira, a Secretaria, o CL Cláudio Rogério Mendes, a Tesouraria, o CL Maurício Assumpção; com o Lions Clube Porto Alegre – Independência, por assumir a Presidência o CL Ary Macedo, a Secretaria, Sabino da Cunha, a Tesouraria, o CL Sérgio de Souza; com Dimas Costa, pelo relançamento de seu primeiro livro de poesias “Pampa Bravo”; com o Dr. Itaboraí Revoredo Kunert, por assumir o cargo de Conselheiro do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul; com a Associação dos Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus, por realizarem sua Festa Junina; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Hélio Gomes Leal; José Cunha Benites; da Verª. Jussara Cony, solicitando a constituição de uma Comissão Especial “Contra a Privatização do Banco Meridional”; do Ver. Rafael Santos, de Voto de Congratulações com a Federação dos Clubes Diretores Lojistas do Rio Grande do Sul, pela passagem de seu aniversário; do Ver. Werner Becker, de Voto de Congratulações com Darcy Paulo Gonzales de Moraes e Luis Afonso de Melo Peres, por obterem aprovação com distinção na defesa de tese, em São Leopoldo. Ainda, foi apregoado Substitutivo do Ver. Caio Lustosa ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 15/87. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 42/88; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 47/88. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezesseis horas e doze minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Lauro Hagemann, Adão Eliseu e Jorge Goularte, os dois últimos nos termos do art. 11, § 3º do Regimento Interno, e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann e Jorge Goularte, o último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Lauro Hagemann, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretaria.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Declaro abertos os trabalhos desta Sessão. Tempo de Liderança com o PFL, Ver.
Raul Casa.
O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Nesta manhã, tivemos a oportunidade de receber nesta Casa um grupo
de funcionários do DMAE, mais especificamente, a Associação de Técnicos
Científicos daquele órgão que, anteriormente, havia se encontrado com o Sr.
Presidente desta Casa e, depois, fizeram à Liderança do PFL um dramático relato
da situação dos técnicos científicos daquele órgão, cuja defasagem salarial,
expressa em documento que nos foi entregue, nos dá entre junho de 88 com
relação a janeiro de 86 uma defasagem mínima, sem contar a inflação real de
75,82%. O grupo que nos procurou é um grupo de alto nível, extremamente educado
e mais do que isto, com uma postura funcional que nos sensibilizou. Vieram nos
procurar, no sentido de apelarmos à sensibilidade do Sr. Prefeito Municipal, no
momento em que se discute o aumento dos defasados salários, não apenas da
classe funcional, mas de todo o assalariado, a fim de que ele atente para a
gravidade dos problemas, principalmente das categorias mais qualificadas da
Prefeitura, que estão, a cada dia, se desqualificando, pelo abandono que os
técnicos científicos de áreas extremamente sensíveis da Prefeitura são
obrigados a fazer, em busca de melhores condições de trabalho e de um salário
mais digno. Mas o mais grave de tudo isto é que, na última paralisação
municipal, foram estes mesmos técnicos, muitos deles com mais de 20 anos de
casa, que até operaram máquinas, fizeram um trabalho de operários, para evitar
que a população ficasse sem um serviço essencial que é impensável sofra
qualquer tipo de interrupção. Mas estes técnicos, premidos pelo achatamento
salarial a que estão submetidos, nos fizeram ver que aquele órgão está na
iminência de sofrer uma paralisação, diante da gravidade da situação em que se
encontram, e que estes técnicos, que substituíram operários da vez passada,
desta vez, não terão como fazer para operar, até, quem sabe, as máquinas
essenciais para que esta Cidade não se veja privada de água. Apenas gostaria,
ao encerrar, de enfatizar ao Sr. Prefeito Municipal a necessidade de ele
encarar a posição dos técnicos científicos da Prefeitura, principalmente
aqueles que labutam em órgãos essenciais, para um salário mais digno. E
gostaria de dizer que há disposição naquela casa, que tem sido um padrão, que
tem sido um exemplo de dedicação à população desta cidade, pela forma como
expuseram, tranqüila, serena, mas com muita firmeza, repito, aquela casa que
presta um serviço essencial à população poderá paralisar as suas atividades,
trazendo com isso, um prejuízo impensável a nossa Cidade, fazendo com que
hospitais, residências, indústrias, enfim, toda a Cidade venha a ser afetada,
quando os funcionários do DMAE se vêm na iminência de, se não encontrarem uma
solução adequada aos seus interesses, enfrentar uma paralisação naquele órgão.
O documento que distribuíam pela manhã e que tenho em mãos onde se faz um
quadro comparativo entre o que ganha um técnico-científico, com mais de vinte
anos, de casa no DMAE, com todas as gratificações e todos os benefícios
decorrentes de chefias com relação a outro órgão semelhante do Estado, é
simplesmente ridículo. Os técnicos-científicos do DMAE, integrados por
profissionais da mais alta competência e até diante da gravidade da situação
mantêm-se dentro de um equilíbrio admirável e esperam e aguardam que o Sr.
Prefeito Municipal sensível a essas reivindicações encare o assunto com a
sensibilidade que está a merecer, eis que toda a nossa cidade sofrerá uma
situação inédita caso a situação evolua negativamente na área de um serviço
essencial.
Certamente, para encerrar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Bancada
do PFL se soma e apela ao Sr. Prefeito Municipal para que tenha presente a
importância destes técnicos e que os olhe com o carinho que estão a merecer de
parte do Executivo Municipal, de nossa parte estaremos a postos e à disposição
para ajudar a encontrar uma solução que satisfaça. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, com a palavra o
Ver. Clóvis Brum, em tempo de Liderança.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, é provável que lá pelas 16h o Prefeito de Porto Alegre, Dr. Alceu
Collares esteja recebendo as lideranças desta Casa e as lideranças do
funcionalismo público municipal para debater uma reposição salarial que se faz
urgente e que não pode ter mais demora.
Nós sabemos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que o poder de compra do
nosso funcionalismo municipal já anda quase, em termos de perdas, quase à beira
dos 50%.
Os senhores sabem como é difícil calcular-se, de um dia para o outro, o
custo de vida. A máquina de remarcar preços nos supermercados, enfim, nas
lojas, no comércio em geral não pára, trabalha 24 horas, e o salário do
funcionalismo municipal está estagnado, está parado.
Não tenho notado nenhuma pretensão do Prefeito Alceu Collares, nenhuma
disposição de agilizar o debate deste problema e apresentar soluções à altura
da receita do Município e das necessidades do funcionalismo.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos já na segunda semana do
período de Convocação Extraordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre, o
elenco de Projetos alinhados nesta Convocação Extraordinária em momento algum
contempla as necessidades da máquina administrativa, que são os seus
funcionários, os funcionários municipais; imaginei que o Prefeito Alceu
Collares desse prioridade para o Projeto de reajuste salarial, eu já não falo
em projeto de aumento salarial, eu falo em Projeto de reposição da perda,
reposição parcial da perda do poder de compra do funcionalismo. Acho que o
Prefeito tem falado muito em nível de funcionalismo e agido pouco; para o
transporte coletivo, não faz sessenta dias o Prefeito decretou aumento e queria
Deus que até o final da semana não se tenha novo aumento do transporte
coletivo. Mas para o funcionalismo o Prefeito não achou os cálculos adequados
para uma reposição justa. É estranho Sr. Presidente, Srs. Vereadores que para o
cálculo do transporte coletivo os técnicos da Prefeitura, em menos de cinco
horas, aprovam até no Conselho Municipal de Transportes, os reajustes
solicitados pelos empresários e sem qualquer constrangimento o Prefeito decreta
o aumento, agora, para o reajuste, para a reposição parcial dos funcionários
municipais, já passam trinta dias e até hoje não se encontrou um cálculo
adequado; não se foi capaz de calcular com exatidão o que se deve; não é o que se
vai dar, é o que se deve em favor do funcionalismo. Para o transporte coletivo
o Prefeito assina o Decreto segundo entendem os empresários e a passagem passa
a ser, de um dia para o outro, a passagem mais cara do País. Agora, essa
realidade e essa necessidade não chegam à consciência do Prefeito, com relação
a seus funcionários.
Eu concluo, Sr. Presidente, espero que a reunião hoje à tarde faça com
que o Prefeito diga logo e encaminhe para esta Casa, imediatamente, o
percentual de reajuste salarial.
Sr. Presidente, eu não estou disposto a participar das votações do
elenco de projetos que o Sr. Prefeito encaminhou para cá, sem antes aprovar o
reajuste salarial para o funcionalismo municipal. Acho que em primeiro lugar
está o funcionalismo, que não ganha de dois em dois meses aumento salarial,
como o Prefeito vem fazendo, inicialmente em favor dos empresários do
transporte coletivo de Porto Alegre. Esse sim, esses querem o aumento da
passagem, de maneira esdrúxula, de maneira violenta, de dois em dois meses.
Finalizando, Sr. Presidente, não estou nada inclinado a votar os projetos da Convocação Extraordinária, enquanto não chegar à Casa o Projeto de reposição salarial para os funcionários do Município, devidos pelo Prefeito, de responsabilidade do Prefeito, de competência do Prefeito. E o Prefeito de maneira a desejar muito, no trato da coisa pública, não encaminhou até agora esse Projeto. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann):
Para uma Comunicação de Liderança em nome do PDT, a palavra com o Ver. Brochado
da Rocha.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, em verdade, sucedendo à Liderança do PMDB com assento na Casa, acho
que o Município de Porto Alegre não pode votar nada, não pode fazer nada.
Aliás, uma das perguntas que nós coletivamente devemos dirigir ao Sr. Prefeito
de Porto Alegre, hoje, é sobre a intervenção do Governo do Estado. Esta
intervenção tem qual objetivo? A grande verdade é que a Casa, o Município de
Porto Alegre, encontra-se sob a tentativa de intervenção no Governo do Estado
do Rio Grande do Sul. Esta é a causa maior. Não entendi, quando ouvi a
Liderança do PMDB assumir a tribuna, eu pensava que S. Exa. iria dizer que
estava a anunciar que todos os problemas de Porto Alegre estavam resolvidos,
porque a intervenção havia se consumado e o discurso endereçou-se para outro
lado, numa filigrana fantástica, fugiu do maior e tem que responder ele. De
maneira que ouço carinhosamente o aparte anti-regimental do Líder do PMDB que
perguntaria se eu subiria a esta tribuna para falar sobre contas não pagas da
Prefeitura de Porto Alegre. Eu diria que são tantas as contas do Estado não
pagas, por exemplo: ficaremos sem água pela Corsan, ficaremos sem luz pela
CEEE, ficaremos sem telefone pela CRT. É o que está na imprensa. Não sei se
este era o espírito dominante, era esta a tônica, mas subi a tribuna para dizer
que não conheço, na história da capital e nas brigas dos Governadores e
Prefeitos, nunca na história do Rio Grande, um pedido de intervenção. Não é
prática, não é praxes da história política de nosso Estado esse pedido de
intervenção. Acho ele profundamente estranho. Hoje, vou chegar no gabinete do
Sr. Prefeito para dizer se paramos todos nós, porque a Procuradoria passa a
cobrar contas particulares para intervir no Município de Porto Alegre. É este o
papel, meu prezado amigo Sanfelice. Eu acho que, hoje, nós estamos vivendo uma
questão maior. A questão maior é a intervenção do Estado na Prefeitura de Porto
Alegre. Será que querem trazer, de novo, a figura do Prefeito nomeado? É o que
está a me parecer, Srs. Vereadores. Parece que se esqueceram que há um Prefeito
eleito. Não podem intervir, sobretudo para cobrarem contas de terceiros. Esta é
a questão maior e vou me assentar na presença da Liderança do PMDB junto ao Sr.
Prefeito e saber até que ponto gozamos da autonomia municipal ou temos que ser
tutelados de novo por aquele órgão do Governo do Estado que vira cobrador de
contas e interventor na cidade de Porto Alegre.
Enfim, vivemos, e é necessário que este Plenário tome conhecimento, à
época da intervenção, das interventorias, das Capitanias Hereditárias. Enfim,
vivemos este curso e é esta a questão maior, e é esta a questão que nós estamos
dentro dela. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, ao que fui informado e me parece as demais Lideranças, haverá
uma reunião, hoje, no gabinete do Prefeito Alceu Collares para tratar com
exclusividade o problema de reposição salarial da classe dos funcionários
municipais de Porto Alegre. E, portanto, a minha presença, nesta reunião,
prende-se tão-somente a este fato. Caso o Presidente da Casa queira levantar
outro assunto, de imediato, já transmito ao Plenário que vou com uma finalidade
específica, tratar do reajuste salarial dos funcionários municipais pedido ao
Sr. Prefeito Municipal, e, até agora, não cumprido.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe a observação
do Ver. Clóvis Brum, mas não tem como respondê-la.
O SR. BROCHADO DA ROCHA
(Questão de Ordem): Quero informar ao Presidente que dirige a Mesa que comparecerei como
munícipe na reunião e levarei a questão como preliminar a qualquer discussão,
para saber se já estamos sob a tutela do Governo do Estado, ou se ainda somos
um município. Julgo isto fundamental como preliminar a qualquer tipo de
discussão.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário
“ad doc” que proceda à verificação de “quorum”.
O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”
(Jorge Goularte): (Procede à verificação de “quorum”.) Há 18 Srs. Vereadores em Plenário,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passamos à
PROC. 862/88 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 06/88, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 118, de 24 de janeiro
de 1985. COM EMENDA.
Parecer:
- da Comissão Especial. Relatora, Ver.ª
Gladis Mantelli: pela aprovação, com a Emenda.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCE nº
06/88. Com a palavra, para discutir, o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Vem para a discussão, na Ordem do Dia, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo, 06/88, que altera o dispositivo da Lei Complementar
nº 118, de 24/01/85, com Emenda. Quero dizer à Casa, Sr. Presidente, que o
Projeto encaminhado pelo Sr. Prefeito Municipal e que visa a alterar a
legislação citada visa a adequar a legislação municipal à legislação federal.
Portanto, Sr. Presidente, nada temos a opor à matéria até porque, dentro em
breve, teremos que atualizar toda a legislação municipal em decorrência da nova
Constituição. De sorte que eu encaminho e voto favoravelmente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para discutir, com a
palavra o Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Ao contrário do que disse o novo Líder do PMDB, que não tem nenhuma
objeção ao Projeto, sendo apenas uma adaptação à Legislação Federal, nós
teríamos algumas restrições principalmente à Emenda aposta pelo Sr. Vereador
Antonio Hohlfeldt. O Projeto, efetivamente, já era uma necessidade reivindicada
inclusive pelos escritórios mais atentos às mudanças da legislação federal no
que tange à receita bruta anual das microempresas. Uma das alterações desse
Projeto de Lei Complementar, que altera a Lei nº 118, é trocando o mês, ou
modificando melhor dizendo, o mês de janeiro para efeito do cálculo para o mês
de julho e prevendo no caso do encerramento das atividades como será calculado
proporcionalmente aos meses decorridos entre o mês de janeiro e o mês de
encerramento, inclusive, que seria a partir da OTN do mês de julho em
exercício. Então, me parece que o Projeto de Lei Complementar, e até eu diria
que não me parece, eu tenho certeza porque recebi correspondência de alguns
escritórios de Porto Alegre, perguntando e reivindicando por que o Executivo
não enviava o Projeto estabelecendo esses novos parâmetros para as
microempresas.
Agora, se o Projeto é do interesse dos contribuintes e daqueles que
laboram essas questões atinentes a empresas e microempresas, a Emenda já altera
o Projeto e aumenta aquilo que no Projeto estabelece 3 mil OTNs, a Emenda passa
para 5 mil OTNs, tomando-se como referência o valor instituído no mês de julho
do ano base. E diz na justificativa que “o valor fixado de 3 mil OTNs, é
absolutamente impossível de ser cumprido porque representa valor ínfimo de
faturamento diante da taxa inflacionária dos custos reais. Na maioria dos
Municípios tomou-se exatamente o valor que propomos em 5 mil OTNs, ou seja, a
metade do valor atribuído em Lei Federal, o que nos parece mais condizente com
a realidade sob pena de a concessão não se cumprir, na prática, atingindo um
extremo número reduzido de microempresas”.
Nós discordamos de que isso atinja um número reduzido de microempresas
e mais, a alteração de 3 para 5 mil OTNs trará uma defasagem aos cofres
municipais, isentando um número enorme de microempresas, por conseqüência,
trazendo um prejuízo incalculável aos cofres municipais. Por isso nós
discordamos da Emenda e queremos ver o Projeto aprovado na sua íntegra, como, inclusive,
é do desejo dos contadores, dos auditores que, como disse, conhecem mais de
perto a vida das microempresas. Até questionaria esta Emenda como
inconstitucional, porque o Vereador, constitucionalmente, está impedido de
aumentar ou diminuir despesas do Município. E, sem dúvida, um aumento do valor
nominal das OTNs, de três mil para cinco mil, sem dúvida o Vereador autor da
Emenda está restringindo o ganho do Município em relação às microempresas.
Embora eu reconheça mérito na Emenda, em relação ao teto, ela traz prejuízo ao
Município, neste momento em que está se falando, inclusive, em atraso do
funcionalismo e outras restrições pecuniárias por causa de suporte financeiro.
Acho que não é coerente que a Câmara Municipal se dê ao luxo de aumentar, incalculavelmente,
embora, beneficiando uma parcela de contribuintes, mas em detrimento do erário
municipal. Por isto eu levanto a inconstitucionalidade da Lei, embora pareça
que existe um parecer prévio da Auditoria, sobre o aspecto jurídico nada temos
a opor à tramitação deste Projeto, sobre a Lei Complementar, embora respeitando
a Auditoria, eu apenas questiono esta Emenda sob o aspecto legal. Mas não é
esta a questão fundamental da sua constitucionalidade ou não, o aspecto
fundamental é de que irá diminuir consideravelmente a arrecadação municipal,
que como todos sabem, ainda na falta, não digo da reforma tributária que é uma
quimera, mas daquela alteração constitucional na tributação em relação ao
recolhimento municipal que os municípios ainda estão estrangulados pela
legislação federal. Somente a partir do ano que vem é que os novos prefeitos
poderão ter uma pequena parcela econômica para investimentos, tendo em vista o
novo critério estabelecido na Constituição que está para ser aprontada,
trazendo mais benefícios, mais recursos para o Município. Mas por enquanto os
recursos são extremamente parcos e, no caso de Porto Alegre, particularmente,
todo o mundo sabe que houve uma discricionalidade em relação ao Governo
Federal, que liberando para outras capitais, não liberou verbas, a fundo
perdido, para a Capital gaúcha.
Por todos estes motivos nós temos que nos antenar, nos aperceber que
qualquer benefício, seja ele de qualquer ordem, que vá trazer restrições ao
recolhimento dos cofres públicos, neste momento, no meu entendimento, é
absolutamente impraticável.
Por isso votei na Comissão, com restrições, à aprovação da emenda,
restrições ao relatório da nobre Verª Gladis Mantelli. E agora deixo registrado
da tribuna, chamando a atenção dos nobres pares, que deve ser aprovado o
projeto de lei que veio estabelecer parâmetros com a Legislação Estadual e
Federal, já estava sendo reclamada pelos entendidos em matéria tributária e com
os próprios microempresários. Mas, na Emenda, a questão considero que, neste
momento, deve ser afastada visto as dificuldades proclamadas, conhecidas e
reconhecidas por todos do erário municipal. E que se não for, se o Governo
Estadual continuar retalhando e não liberar a verba de 500 milhões, isso trará
reflexos, inclusive na folha normal de pagamento, já para não falar em aumento
do funcionalismo municipal.
Portanto, eu acho contraditório e paradoxal, que Vereadores que
reclamam tanto, como o Vereador autor da Emenda, de pagamentos e de atrasados e
de reposição salarial, exatamente incluam uma Emenda que vá restringir o
recolhimento aos cofres municipais. Então, me parece contraditório e eu chamo
atenção, porque ao Projeto nada a opor, até mesmo porque ele repõe algo que
vinha sendo reclamado, mas à Emenda somos totalmente contrários a sua aprovação.
Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa ouve o Ver. Artur
Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu ontem respondi à chamada no momento em que ela foi feita,
mas o meu nome não está na Ata como presente. Então eu peço que seja corrigido.
O SR. PRESIDENTE: Será corrigido, Vereador.
Com a palavra o Ver. Aranha Filho, para discutir.
O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, em Pauta um Projeto de Lei Complementar do Executivo, que altera
dispositivos da Lei Complementar nº 118 de janeiro de 85, referente ao ISSQN,
onde pretende o Executivo Municipal oferecer a esta Casa para análise, um
aumento nas OTNs para isentar as microempresas dos tributos. E, ela está na
ordem de 3 mil OTNs, e como diz o Ver. Líder do PMDB, nada tem a adendar,
inclusive, que está de acordo com o Projeto. O nobre Líder do PMDB, o Ver.
Clóvis Brum, não se ateve à Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt, que está propondo
um aumento deste limite de 3 para 5 mil OTNs. Eu diria que o Ver. Antonio
Hohlfeldt foi muito feliz e atento, quando do ingresso, na Casa, desta Emenda
onde ele nos comunica e nos instrui de que realmente o valor de 3 mil OTNs já
está defasado e que 5 mil seria uma adequação, já que o mês vigente é o de julho.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como recebo em meu gabinete diversas
comissões, exatamente, neste sentido, para que isto acontecesse, eu diria que a
Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt está mais do que justa. Inclusive pelo gancho
dado pelo Vereador que me antecedeu, Ver. Nereu D’Ávila que dizia, em sua
argumentação, que trará um benefício muito grande às microempresas, trazendo
prejuízo à receita do Município. Então, fico a imaginar que é exatamente neste
sentido que deveria atuar o Governo do Município de Porto Alegre, ou seja,
incentivando as microempresas para que um dia ela se tornasse média e até
grande empresa. E o que está fazendo o Governo do Município, neste momento, com
este Projeto de Lei Complementar é tolher a microempresa de ser um dia média,
de ser um dia grande empresa. Não posso, de maneira alguma, aceitar que o
orçamento da Prefeitura Municipal esteja embasado e esteja a receber os
recursos da microempresa. Acredito que não é esta a idéia da Sra. Secretária da
Fazenda e do gestor da coisa pública, no Município de Porto Alegre, o Prefeito
Alceu Collares. Não acredito que seja no recolhimento do ISSQN da microempresa
que está embasado o orçamento do Município e até, no que disse o Ver. Nereu
D’Ávila, que está, inclusive, com problemas para atender o percentual de
aumento dos funcionários públicos.
A isenção da Prefeitura Municipal no que concerne ao ISSQN, à
microempresa, é realmente ima isenção ínfima, conforme Parecer da Relatora Verª
Gladis Mantelli. Não irá repercutir. O pequeno empresário está até, pelo
contrário, apoiando o Município de Porto Alegre, está ajudando o crescimento do
Município de Porto Alegre, e não será com este pequeno acréscimo de três para
cinco mil OTNs que o Município de Porto Alegre irá ficar mais pobre.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu queria dizer a V. Exa. que eu tinha votado o
Parecer da Comissão com restrições. Mas, depois, conversando com V. Exa. e,
inclusive, com este quadro que eu recebi, hoje, sobre a inflação acumulada de
86 para cá, daí, efetivamente, o índice de três mil OTNs não acompanha a
inflação, os resíduos inflacionários estão prejudicando os microempresários. Se
eu pudesse, eu retiraria, agora, as restrições para votar plenamente,
convencido de que V. Exa. tem razão.
O SR. ARANHA FILHO: Eu agradeço a V. Exa.,
inclusive V. Exa. estava atento ao problema. Realmente, três mil OTNs para uma
microempresa é, realmente, irrisório em termos de faturamento. E acredito até
que, se isso acontecesse a uma microempresa, ela iria certamente à falência,
faturando três mil OTNs.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Na justificativa do Sr. Prefeito, ele diz que “alguns
empresários que atingem o teto limite solicitam o encerramento das atividades
de uma microempresa para, imediatamente, constituírem uma nova empresa, gozando
desta forma do benefício no total do exercício”. Isto é sem sentido, porque
eles fazem isto para se beneficiar.
O SR. ARANHA FILHO: Eu acredito que o argumento
do Sr. Prefeito, quando isto acontece, é exatamente o apoio que o Sr. Prefeito
deveria dar aos empresários, justamente para deixarem de ser microempresários
para se tornarem médios e grande empresários. Acho que é exatamente neste
sentido que o argumento do Sr. Prefeito esbarra numa incoerência tão grande que
ficamos a imaginar que a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt vem exatamente a
calhar e dar o apoio aos microempresários que tanto necessitam do mesmo para
poderem sobreviver como microempresa. Isto sem querer sequer pensar que, um
dia, serão médios ou grandes empresários. Era isto, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Somos, portanto, favoráveis à Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt e,
se não votarmos hoje, amanhã, ou depois, certamente, encontraremos “quorum”
para votar favoravelmente a ela, porque, em nenhum momento, entendemos que irá
prejudicar o orçamento do Município, as finanças de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Flávio
Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, aproveito a oportunidade da discussão deste Projeto, para pedir ao
Ver. Cleom Guatimozim que leve ao Sr. Prefeito Municipal a minha solidariedade
em relação a este incidente com o Governador Leonel Brizola. Acho que,
realmente, o Prefeito Alceu Collares não merece ter feito um almoço para o
Governador Leonel Brizola e ele não comparecer no mesmo, não o convidar para a
reunião de chegada do candidato a Vice-Prefeito, não merece ter ficado à
margem. Eu fico revoltado com uma coisa destas, porque a liderança do Prefeito
Alceu Collares é uma liderança inconteste nesta terra, e nenhum Governador pode
vir de fora para desacatar o nosso Prefeito aqui em Porto Alegre, um
ex-Governador, que nem é detentor de mandato. Mas não quero me emocionar mais,
e voltarei à discussão do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Peço que V. Exa. desconte o
tempo.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão
de Ordem):
É só para chamar a atenção da desconsideração do Vereador que ocupa a tribuna,
com relação aos que discutem um Projeto sério, e que não tocaram no desconforto
do PMDB que foi perder o Dep. Carrion Júnior, agora S. Exa. em vez de falar no
que está em Pauta, fica fazendo esse tipo de consideração. Pediria o
cumprimento do Regimento Interno.
O SR. PRESIDENTE: O orador já assegurou que
irá cumprir o regimento.
O SR. FLÁVIO COULON: Magoadíssimo com a Bancada
do PDT por não ter defendido o Prefeito, voltarei ao Projeto. Eu gostaria de
raciocinar em cima da Emenda do Ver. Antonio
Hohlfeldt, - Ver. Aranha
Filho -, porque, realmente, com esta inflação galopante daria uma média de
faturamento, a proposta do Sr. Prefeito, de 400 mil cruzados/mês para a
microempresa, que dentro de um regime estável, como deve ter imaginado o
Prefeito quando encaminhou, há muito tempo atrás, talvez pudesse ser razoável,
mas com esta inflação galopante, culpa, diga-se de passagem, do Governo ao qual
o PMDB faz parte, digo em homenagem a gloriosa Bancada do PDT, 667 mil
cruzados/mês de faturamento, realmente é muito baixo, é de uma microempresa. Há
pouco perguntava para uma das senhoras, qual o valor de um pulôver, 4 a 5 mil
cruzados, o mais barato, então é muito pouca a produção, 3 mil OTNs, ainda mais
que vai ser fixado no valor de julho e vai ser corroído ao longo dos restantes 6
meses, com uma inflação mascarada de 20% ao mês. De modo que faria um apelo à
Bancada do PDT, no sentido de consultar, o Sr. Prefeito, ou melhor, a
Secretária da Fazendo, se não é possível encamparmos esta Emenda à luz dessa
informação porque o que me preocupa é que de repente nós aprovamos a Emenda de
5 mil e o Prefeito veta a Emenda. Se viesse um sinal verde do Executivo no
sentido de aprovar essa Emenda de 5 mil OTNs, nós evitaríamos problemas futuros
para o Executivo. Todavia, se não for viável, se está fechada a questão por
parte do PDT, só me resta colocar aqui minha opinião de que 3 mil OTNs
resolverá muito pouco o problema. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann):
Para discutir, com a palavra o Ver. Brochado da Rocha.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Vou me ater aos autos. Peço que V. Exa. me censure se fugir aos
autos. Nós estamos falando sobre uma matéria que se chama microempresa. Em
primeiro lugar, precisamos saber o que é o objeto sobre o que falamos. E o
objeto é microempresa. Essa microempresa foi criada botando nas empresas
informais, gravata, quando na verdade, o povo brasileiro é descamisado. É uma
ignorância essas microempresas. Não concordo com aqueles que afirmaram, nesta tribuna,
que existia um projeto que fixava em 5 mil cruzados. Não, foi fixado em OTNs.
Poderá ser 3, 5, 9 ou 20 de acordo com o que for a OTN. Mas a verdade é que no
Brasil se armou esse baile das microempresas. Num país descamisado não há
microempresa que possa sobreviver. Em realidade, nós precisamos de uma economia
informal diante da miséria geral. Não estou de acordo com nenhum percentual,
porque estou de acordo com o principal. Acho que num país, só esses tecnocratas
malucos que andam aí inventaram esta tal de microempresa. Isso é convidar uma
pessoa que não tem camisa para ir a um baile de gala. Só para juntar essa
papelada toda para formar uma microempresa é um horror. Até que ponto vão
mentir? Isso aqui não existe. Não é economia inflacionária muito menos, isso é
uma palhaçada. Nós tínhamos que acabar com as microempresas e deixarmos uma
economia informal. Isso é coisa de tecnocrata sem-vergonha, de baixo nível, sou
contra essas microempresas. Nós teríamos que funcionar numa economia informal.
Países adiantados como a Itália funcionam na base da economia informal, nós
aqui, os desgraçados, que não temos nada neste País, temos que ter essa coisa
horrorosa que se chama microempresa. Um Vereador me antecedeu dizendo que estas
microempresas vão crescer, não é verdade, não concordo. Estas microempresas,
elas estão colocadas dentro de um tipo de economia altamente concentradora que
é preconizada desde o Império e seguida pelo Dr. Delfim Neto e depois por esses
outros, de maneira que dentro de uma economia rigorosamente concentradora, o
que pode existir é uma empresa informal, não pode existir microempresa, isso é
uma palhaçada. Deveriam deixar que vivesse simplesmente, normalmente uma
economia informal sem nada dessas fantasias de microempresas. Não podia deixar de
fazer esta colocação porque acho que ela é fundamental quando se examina um
assunto deste teor - 3 mil, 4 mil, 5 mil, mil, qualquer coisa seria errado,
errado é o objeto, errado é a microempresa.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Brochado, eu até me atreveria a dizer que V.
Exa., em tese, tem razão, mas na prática falecem razões a V. Exa., no nosso
País é impossível funcionar uma economia informal, na Itália – eu não sou
conhecedor da Itália, até gostaria de ser, se pudesse passar lá uns dois anos
estudando economia italiana, seria ótimo. Mas veja que eu assisti a uma
conferência, pelo jornal, de um senador socialista que esteve aqui, lá da
Itália e que foi o autor do “Instituto Dell Lavoro” que é a CLT deles; onde
dizia que este aspecto da economia informal funciona, porque lá as pequenas
empresas estão fora desse negócio. Aqui, se V. Exa. contratar um empregado,
independente de ser micro ou não, ele, dali a um mês, lhe põe na Justiça do
Trabalho e, se V. Exa. não estiver organizado, com tudo recolhido direitinho,
V. Exa. perde até os bens que tem. Eu acho que, em tese, V. Exa. tem razão,
mas, na realidade legal do País, é impossível funcionar. É humanamente
impossível.
O SR. BROCHADO DA ROCHA: Vereador, era exatamente o
que eu estava dizendo, a realidade legal do País não corresponde à legalidade,
a situação fática econômica social. E é isto que V. Exa. disse que eu estou a
dizer, só que V. Exa. foi mais feliz. É impossível sobreviver com esse monte de
pré-requisito que V. Exa. está dizendo. É impossível num País de desvalidos, de
desgraçados, com uma economia toda ela dirigida para ser concentradora, colocar
microempresa. Isso é gozação e esses pré-requisitos, que V. Exa., muito
jurisdiciosamente nomeia, são corretos. Isto aí não deveria existir em nada. Eu
estou de acordo com V. Exa., meu raciocínio é mais amplo, ele vai lá e diz que
tudo isso que está aí é uma palhaçada, é uma grande imundice; isso aqui é coisa
de desocupado, economista desocupado que inventou isso aqui. Eu vou votar três
ou cinco, pouco se me dá, porque o objeto é errado, no Brasil não poderia
existir isso. Isto é uma luxúria que não corresponde à realidade nacional. E,
enquanto houver leis que não correspondam à realidade do quadro econômico nacional
com 30 dólares, o salário-mínimo, aí, é insustentável Vereador e aí nós ficamos
discutindo aqui, na terminal da UTI brasileira, que são os municípios, a
situação das microempresas, pois as empresas nacionais já nem existem, estão
sendo dilapidadas, estão sendo entregues. Imaginem a micro. Acho que é nestas
coisas que se votam nesta Casa, que se fica, realmente, marcando a posição do
cenário nacional. Até o cidadão empresário cumprir todas as formalidades com a
microempresa já terminou o dinheiro, já não tem microempresa.
Sinceramente, este quadro brasileiro faz com que a gente fique pensando
que possa votar. A verdade é que o Governo Federal arma o baile e depois se tem
que dançar uma música que não é do gosto, que é do ouvido, não é da realidade
brasileira.
Isto aqui é “swing”, e nós não estamos aqui habituados a dançar
“swing”. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo orador inscrito é
o Ver. Marcinho Medeiros. Dez minutos com S. Exa.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, me inscrevi para discordar do atual Presidente em relação a sua
posição referente às microempresas. Nós vivemos numa economia onde o Estado tem
uma importância muito grande, uma forte presença nas empresas, com as suas
próprias empresas, com as empresas de capital misto, com as empresas associadas
ao capital internacional. E num sistema econômico altamente pressionado pelo
capitalismo internacional, as empresas internacionais, as fortes empresas
multinacionais, grupos esses que dominam praticamente toda a economia do país,
esta recebe benefícios de qualquer município, de qualquer estado, e até do
Governo Federal, facilitando a sua instalação, dando a estas empresas vantagens
que não são dadas a empresas brasileiras. E pela pressão do mecanismo, desses
grandes conglomerados econômicos, a tendência é o desaparecimento da empresa
privada nacional, ou então, a transformação dessa classe empresarial em
microempresário. Parece que é o único caminho que resta a eles.
Não sei por que a Bancada do PDT pensa na transformação dessa classe
empresarial em microempresários, pois parece que esse é o único caminho que
resta a eles. Não sei porque a Bancada do PDT, o Presidente da Câmara, é contra
as empresas pequenas. Se nós damos proteção ao capital estrangeiro que vive
aqui espoliando o povo brasileiro, usando a mão de obra, dando um salário
baixo. Então, por que não defender o único caminho que parece que está restando
ao empresário brasileiro, que é a formação da microempresa, para poder proteger
sua atividade econômica e fornecendo, inclusive, alguns empregos. Não sei por
que, quando se trata de defender alguma coisa nossa vem gente se manifestar
contra. É a única coisa que nos resta, é só olhar as falências, olhar os grupos
multinacionais, olhar a desnacionalização da economia brasileira, que a cada
dia que passa sofre mais ainda.
Nós vivemos dentro de uma sociedade que construiu a 8ª economia do
mundo, não pelo capital estrangeiro que veio para cá, mas pela exploração da
nossa mão-de-obra. Pois, o trabalhador brasileiro possui um dos mais baixos
padrão de vida do mundo. Portanto, alguma coisa está errada nesta economia,
alguém está levando o fruto do nosso trabalho e nós podemos, como legisladores,
impedir que os microempresários brasileiros possam sobreviver e possam se
organizar e resistir a esse processo de descentralização que sofre a economia
brasileira. A pressão da dívida externa, a pressão da concorrência com a
empresa nacional, a corrupção existente na estrutura do capitalismo internacional,
que corrompe as autoridades dos países subdesenvolvidos, que corrompe as elites
dirigentes desses países, que corrompe a classe empresarial desses países,
quando se passam a associar a esses grandes conglomerados multinacionais. Por
que, então, negar, agora, proteção ao setor do empresariado nacional que não
sendo de grande porte econômico, tenta sobreviver, tenta trabalhar, tenta fazer
alguma coisa em termos de produção de riqueza e não só em termos de exploração
de mão-de-obra, que é feita contra o trabalhador brasileiro. O microempresário
é um trabalhador e é direto, porque vai para dentro de sua empresa, diretamente
administrar o seu negócio, com os poucos empregados que possa colocar. Mas ele
é um capitalista, um empresário nacional que está dentro de sua empresa
trabalhando. Por que impedir ou dificultar a instalação desse tipo de trabalho
que valorizaria o espírito empreendedor do capitalista brasileiro, que é o
único caminho que está restando a ele, que não vê solução a não ser que se
venda para o capital estrangeiro, como alguns já fizeram, como as nossas
próprias autoridades governamentais já o fizeram, como a nossa própria elite
pensante desse país já fez. E está aí escancaradamente a economia brasileira
entregue à ação dos grupos estrangeiros que não vêm para colaborar com o
desenvolvimento, mas sim para explorar o nosso desenvolvimento.
Portanto, acho que este Projeto de Lei e mais a emenda do Ver. Antonio
Hohlfeldt protege o microempresariado brasileiro e só por esta proteção e
incentivo tem seu mérito e deve ser aprovado nesta Casa. Quero deixar
registrada a minha posição favorável à microempresa e discordar do Presidente,
quando ele propõe a extinção da microempresa e uma economia do tipo que acha
que deveria conviver e que nós não temos estrutura para isto, porque o Brasil,
lamentavelmente, não tem mais sua independência no campo político e nem no
campo econômico. Hoje, ele é usado pelo capitalismo internacional, pelo Fundo
Monetário Internacional e por outras instituições internacionais que não têm
interesses outros senão explorar, praticar em cima das nossas riquezas uma
economia de rapina. Não planta o progresso, mas planta a exploração. Esta é a
realidade que nós temos que aprender a conviver com ela e propor mudanças
dentro desta realidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Encerrado o período de discussão, passamos ao processo de encaminhamento. Com a
palavra o Ver. Cleom Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não vou discutir a validade ou não das microempresas, a sua
constituição, e suas responsabilidades diante do Fisco. Pretendo discutir
tão-somente um aspecto, nem mesmo a chamada repercussão do imposto, aquele
imposto que é transferido do industrial para o comercial e vai até o
consumidor. O que pretendo colocar é a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt, Líder
do PT nesta Casa. Ele modifica a Receita bruta anual de três mil OTNs para
cinco mil OTNs. Mas o que S. Exa. dá como justificativa? Diz que é impossível de
ser cumprido as três mil OTNs, porque representa um valor ínfimo de faturamento
diante da taxa inflacionária. Ora, se é por OTNs, vai sempre atualizando, a
inflação não come estas OTNs. Três mil OTNs serão sempre três mil OTNs. Cinco
mil OTNs serão sempre cinco mil OTNs.
Lei Complementar mandava que o cálculo fosse feito sobre o mês de
janeiro. Posteriormente foi modificada para o mês de julho. E é esta disposição
legal que a Prefeitura cumpre. Claro que beneficiou os empresários se o cálculo
é feito sobre o mês de julho. Mas vejam, Srs. Vereadores, as três mil OTNs
causa um prejuízo à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, de valor não
arrecadado, da ordem de 700 milhões de cruzados por ano. Mas para cinco mil
OTNs, segundo os cálculos da Secretaria da Fazenda do Município, dobra. Serão
700 milhões vezes dois. Eu queria dizer aos senhores que esta base de três mil
OTNs, segundo os técnicos da Prefeitura, eles que não são políticos e que
trabalham na área técnica, é exatamente o que as Prefeituras das capitais estão
oferecendo às microempresas. Não está a Prefeitura de Porto Alegre inovando.
Este valor de três mil OTNs não foi tirado através de uma bola de cristal, não
foi tirado através de um cálculo de prejuízo em que a Prefeitura perderia 700
milhões de cruzados. Não. É uma comparação, um direito comparado interno. É
aquilo que, através do Código Tributário Nacional, as demais prefeituras estão
oferecendo às microempresas. Então, chamo a atenção dos Srs. Vereadores para
esta perda, se aprovada a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt. Nós entendemos que
o embasamento principal da referida Emenda é falho, porque S. Exa. baseia em
OTN e depois alega a espiral inflacionária. Ora, baseada em OTN, vai estar
sempre equilibrada. Sofreria a interferência da espiral inflacionária se não
estivesse baseada em OTN. Então, chegaríamos a valores de faturamento que não
corresponderiam.
Então, Srs. Vereadores, vejam que eu quero colocar isto não como uma
ameaça. Desejo chamar a atenção para a perda da Prefeitura neste caso, o que
levará, fatalmente, ao Veto da Emenda. Não há como se possa admitir a Emenda
nas condições aqui propostas de cinco mil OTNs. Então, somos obrigados a votar
contra a Emenda, por este motivo: ela é prejudicial ao interesse público. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscritos,
passamos ao processo de votação. Como é exigida a maioria absoluta para a
votação, solicito ao Secretário, Ver. Lauro Hagemann, que proceda à chamada
nominal dos Srs. Vereadores.
Em votação a chamada nominal. (Pausa.) APROVADA, contra o voto do Ver. Hermes Dutra.
Em votação o PLCE nº 06/88.
Quem votar “sim” aprovará o Projeto; quem votar “não” rejeitará o Projeto, e, posteriormente, o Sr. Secretário irá colher os votos para a Emenda.
O
Sr. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr.
Presidente, 27 Srs. Vereadores votaram sim.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO o PLCE nº 06/88.
(Votaram SIM os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker, Wilton Araújo, Flávio Coulon e Marcinho Medeiros.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda aposta
ao PLCE nº 06/88. O Sr. Secretário procederá à chamada nominal dos Srs.
Vereadores.
O
Sr. 3º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr.
Presidente, 15 Srs. Vereadores votaram sim e 13 Srs. Vereadores votaram não.
O SR. PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda aposta ao PLCE nº 06/88.
(Votaram SIM os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Caio Lustosa, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin, Flávio Coulon e Marcinho Medeiros. Votaram NÃO os Vereadores: Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Elói Guimarães, Ennio Terra, Jaques Machado, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo.)
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Para um requerimento, Sr. Presidente.
(Assentimento do Sr. Presidente.) Requeiro renovação de votação para a Emenda,
dado que as Lideranças já se retiraram do Plenário.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não tem condições de
informar se deveremos votar novamente todo o Processo ou somente a Emenda.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Caso seja necessária a
votação do Projeto, fica o mesmo Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita que V. Exa.
o encaminhe por escrito.
O Sr. 3º Secretário dará conhecimento ao Plenário de um Substitutivo
recebido pela Mesa.
O SR. 3º SECRETÁRIO: Sobre a mesa Substitutivo
ao PLCE nº 15/87, de autoria do Ver. Caio Lustosa.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa submete ao Plenário
o Requerimento de autoria do Ver. Artur Zanella, de Voto de Pesar pelo
falecimento de Adelino Machado. Em votação. Para encaminhar, com a palavra o
autor, Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Adelino Machado é tão
grande e ajudou tanto os Vereadores, alguns até estão ironizando agora, e nem
foram na missa e no enterro. Até deixo para depois ou mandarei uma carta. Eu
diretamente já falei à família do Adelino, que tanto ajudou nossos colegas.
Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os
encaminhamentos. Em votação o Requerimento. O Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
Passamos à
1ª SESSÃO
PROC. 1358/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
42/88, que
altera dispositivos da Lei nº 3920, de 18 de outubro de 1974, que dispõe sobre
auxílio mensal a viúvas de ex-servidores e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. 1406/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 47/88, que estabelece o Programa Plurianual de Investimentos e o Plano Anual de Aplicação relativos aos recursos do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Urbano e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Não há oradores inscritos
para discutir a Pauta.
Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 16h12min.)
* * * * *